A preparar a agricultura de amanhã

A agricultura tem uma grande responsabilidade nas alterações negativas do planeta, ela também tem uma imensa oportunidade para o salvar.

Onde se destruiu a biodiversidade com monoculturas e lavragem, tornando os solos em desertos minerais, é possível reconstruir vida.

Onde a dependência ao petróleo e às maquinarias pesadas se tornou a norma, é possível produzir de maneira sustentável e sem tecnologia onerosa.

Onde a planta só completa o ciclo de maturação em substrato artificial com a aplicação constante de inúmeros tratamentos químicos, é possível refazer a ligação entre a planta e o ecossistema completo que a vai sustentar na sua alimentação, nas suas defesas às pragas e na sua polinização.

Uma Terra Viva

Com o objetivo de repor a vida nos solos, estamos em primeiro lugar a confiar na evidente experiência da natureza (são milhões de anos de pesquisa de desenvolvimento) nos equilíbrios entre espécies e na optimização dos recursos.

A conservação dos solos, como é chamada essa abordagem agroecológica, além de permitir a instalação de inúmeras espécies de microorganismos essenciais na fertilidade natural, transforma o solo numa verdade esponja com uma retenção de água muito superior, contribuindo para uma produção alimentar mais resiliente nas mudanças climáticas. Com uma capacidade decuplicada de sequestrar o carbono atmosférico, o uso generalizado dessa técnica reverteria o aumento de gazes a efeito estufa.

Produzir muito com pouco, é o lema da natureza. Devemos imitar essa sabedoria para verdadeiramente sustentar a humanidade.

O nosso compromisso

Com esse foco em reativar e preservar a vida dos solos, decidimos escolher técnicas de cultivo adequadas.

O projeto foi lançado em terrenos adquiridos em 2019 no concelho de Baião. Como a maioria das terras em Portugal e no mundo, estas sofreram no passado, que sejam de trabalhos do solo intensivos ou de pastagens em excesso.

A nossa prioridade é o fortalecimento do húmus presente, trazendo todos os anos uma grande quantidade de matéria orgânica rica em carbono em cobertura dos solos.

Porque a terra nunca deve estar exposta ao sol, e para dar mais um impulso à vida, semeamos adubação verde nos periodos de descanso dos solos.

Em último ponto, aplicamos uma rotação às culturas em combate às pragas e no âmbito de equilibrar os recursos dos solos.